domingo, 28 de agosto de 2011

O telefonema

Tudo aconteceu numa noite de verão, quando a lua já estava alta e o céu pintado com o azul mais escuro que existe. Era a minha primeira noite no Algarve.
Estava deitada na cama que me pertencia, ainda acordada, mas com a obrigação de estar a dormir. A minha irmã, que estava na cama ao lado, dormia profundamente.
Já estava com os olhos fechados e confortável com a almofada quando, inesperadamente, aconteceu. O som do meu telemóvel a vibrar rompeu o silêncio daquele quarto, o meu descanso que se avizinhava, e, antes que perturbasse o sono da minha irmã, peguei nele e fui a correr com pés de lã até à casa de banho. O ecrã comunicava-me "Nilza.Lre", e pensei "o que ela me quer?"
Atendi, e disse baixinho:
- 'Tou?
Um ambiente festeiro adivinhava-se do outro lado do telemóvel. E eis que a minha amiga me pergunta:
- OOOOOI! QUERES VODKA PRETA?


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Livros




Sou esquisita nos livros. Já li alguns, mas mais são os livros que li e deixei por acabar. É difícil um livro fascinar-me e manter-me interessada até ao fim.

O que mais gosto de ler é banda desenhada. Já devorei livros do Zits, Foxtrot, Mafalda, Calvin & Hobbes, entre outros. A minha mãe sugere que gosto mais de banda desenhada porque diz que é "mais fácil" de ler, mas nada disso; banda desenhada faz-me rir, e algumas discutem, ao mesmo tempo que entretêm, grandes assuntos que vão da política à filosofia, da história à sociedade.



"Há monstros debaixo da cama" foi o primeiro livro que li, e ainda me lembro de quando comecei. A primeira vez que o vi foi num sofá em casa da minha avó de Coimbra, e com pouca hesitação, peguei nele e comecei a ler. Não seguido, ia saltando de página a página, até chegar ao ponto de percorrer o livro da primeira à ultima folha para ver se ainda havia alguma tira para ler. Fa(c)tor engraçado é que isto sucedeu-se quando tinha sete anos, e nessa altura pensava "monstros debaixo da cama, isso não existe". Aos 17 anos, após o final de um filme de terror que consistia no assassino a puxar a personagem principal para debaixo da cama para a matar, aí fiquei com medo e, durante umas semanas, ia mesmo ver se havia alguma coisa debaixo da cama. Engraçado pensar em como não posso dizer que reagi como uma miúda de sete anos, porque quando tinha sete anos era muito mais céptica e realista em relação ao assunto xD
Outros livros do Calvin & Hobbes se sucederam, até que comecei a ler outras colecções ao mesmo tempo que esta.

Há uma em concreto que é muito especial para mim.

Damas e cavalheiros, eis o meu ídolo de infância.

Palavras para a descrever? Acho que são absolutamente desnecessárias, até porque quanto mais gostamos de algo, é quando, às vezes, mais difícil se torna de descrever. A Mafaldinha é um génio, é uma rapariga inteligente que tem muito de criança, mas um cérebro que me apaixonou desde o início. Com oito anos andava a perguntar à minha mãe o que era a ONU e o que lá se fazia, o que tinha de mal a Rússia, quais eram os problemas na Argentina, entre outros, para poder perceber as suas "piadas".
E sim, digo que ela era (e acho que ainda é) o meu ídolo, porque ela inspirava-me. Não era a princesa da Disney com principe encantado que me inspirava, ou a Miss Universo da altura, era esta personagem, que para mim representava inteligência, cultura, sabedoria e, ao mesmo tempo, alegria.

Eis a minha primeira abordagem sobre livros, espero que tenham gostado.

Beijinhos da Inês *

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Andanças



Baile à noite

O Andanças é um festival diferente. Não sou, convém dizer, nenhuma especialista em festival, pois ainda só tinha ido a um antes deste, que foi o Super Bock Super Rock, mas posso dizer que já pesquisei sobre muitos, já vi amigos meus a participarem noutros e a falarem sobre eles, e este é mesmo diferente. Não é preciso percorrer metade dos festivais que por aí andam para o saber. Era como se, todos os festivais que por aí andassem, tivessem algo em comum, fossem "primos", mas este é de uma família muito afastada, e no bom sentido :)
O conceito deste festival é o seguinte: durante o dia há vários workshops: massagens, origamis, yoga, mas maioritariamente de dança, e à noite há os bailes, onde temos a oportunidade de praticar o que aprendemos a dançar durante a luz solar. Os workshops de dança são muito diversificados, vão de irlandesas a moçambicanas, de orientais a latinas. Tive a oportunidade de experimentar um pouco de tudo, e espero para o ano conseguir experimentar mais.
Dos workshops que fui, os três que gostei mais foi "danças que estiveram em moda no séc XX", "danças europeiras" e "forró". Sim, eu, Maria Inês, gostei de dançar forró, e não esperava! Algo naquele movimento cativou-me.


Ah, e uma especial referência: tinha engraçados vizinhos de tenda, que adoravam só ir dormir quando o sol nascia e sabiam profissionalmente imitar vozes de personagens da Disney.
"Chamem-me Senhor Porco".

- Quem está a falar? - pergunto eu, já pelas quatro da manhã e sem sair da tenda.
- É o João
- Ó João
- Diz
- Vai dormir
- Ok

Passado um bocado, volto a falar, uma vez o João não foi dormir e muito menos se calou.

- Ó João
- Diz
- Boa noite
- Quem está a falar?
- É a Inês.
- Inês! Anda cá, vou-te cantar uma canção.
(fui, e ainda jogamos à sueca)

Os nossos vizinhos do outro lado, numa noite, decidiram fazer rismas com cores.

- Azul - dizia um deles
- Vamos para o sul - respondia outro

Eis que eu e a minha prima decidimos participar, e seguiu-se isto:

- Magenta - dizia um
- Daqui a bocado vais levar na benta - respondemos
- Bege
- Se eu for aí nem Deus te protege.


Até para o ano, Andanças. E espero que nos encontremos mais anos!